Hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente. Em Brusque, não há o que comemorar. A exuberância das matas que permeavam as montanhas que circundam a cidade agora dá lugar a uma desenfreada, descontrolada e irresponsável especulação imobiliária, onde o marrom do barro se sobrepõe ao verde. Não há espaço que não esteja sofrendo com a degradação ambiental.
Seja por desmatamentos absurdos, por ocupação urbana sem controle, ou até mesmo por questões “outras”, a natureza está morrendo aos poucos em território brusquense. Tudo em nome do “progresso”, do “desenvolvimento” e da “evolução” da sociedade. Falácias daqueles que não têm compromisso com o futuro, que não vislumbram a real possibilidade de um amanhã desértico, árido e conflituoso.
Entre as fotos que ilustram essa reportagem, uns poucos exemplos do muito que não deveria acontecer, mas que os (ir)responsáveis insistem em fingir que não sabem que está acontecendo. Não demora muito e os brusquenses estarão fadados a acumular água de chuva em cisternas para suas necessidades familiares, pois as nascentes estão desaparecendo, assim como os riachos e o próprio rio Itajaí-mirim.
O Dia Mundial do Meio Ambiente foi criado pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) de 1972, quando foi abertura a 1ª Conferência Mundial de Meio Ambiente, em Estocolmo, na Suécia.
Celebrado com paradas e concertos, competições, festivais ou até mesmo lançamentos de campanhas de limpeza, esse dia é aproveitado em todo o mundo para chamar a atenção política para os problemas e para a necessidade urgente de ações.
Neste 5 de junho, alguns dados refletem a difícil situação que vivemos em relação ao uso dos 2,5% de água doce disponíveis no planeta. Segundo relatório da ONU, mais de um sexto da população mundial, ou o equivalente a 1,1 bilhão de pessoas, não têm acesso ao fornecimento de água doce.
Desses exíguos 2,5% de água doce existentes, apenas 0,4% estão disponíveis em rios, lagos e aqüíferos subterrâneos. A Terra possui cerca de 1,39 bilhão de quilômetros cúbicos de água, distribuídos em mares, lagos, rios, aqüíferos, gelo, neve e vapor. A situação tende a piorar com o desmatamento, a poluição ambiental e as alterações climáticas causadas pela ganância dos homens inescrupulosos.
Estima-se que, muito em breve, será reduzido em um terço o total de água doce disponível no mundo. Enquanto isso, ações que poderiam reduzir o desperdício desse líquido cada vez mais raro e, portanto, precioso, demoram a ser tomadas pelas diferentes esferas governamentais.
Em Brusque, um rápido passeio é suficiente para que as pessoas percebam que já estamos entre aquelas cidades onde o meio ambiente está em segundo plano. Tudo em nome de um progresso desenfreado e sem planejamento. Tudo, no “olhômetro”!